A Receita Federal esclareceu o momento exato para a tributação de deságio em processos de recuperação judicial. Assim sendo, essa definição impacta diretamente empresas em fase de reestruturação financeira.
A nova regra estabelece que o deságio obtido por empresas em recuperação judicial deve ser considerado receita tributável assim que o plano for homologado judicialmente, e não em momento anterior ou posterior. Desse modo, a Receita delimita com precisão o marco que gera a obrigação tributária, evitando interpretações divergentes.
Além disso, esse entendimento está fundamentado no Código Tributário Nacional — especialmente nos artigos 114, 116 e 117 —, bem como na Lei nº 11.101/2005, artigo 61, parágrafos 1º e 2º. Portanto, a base legal reforça que a homologação judicial é o ponto de partida para a tributação do deságio.
Nessa perspectiva, o deságio é interpretado como uma insubsistência ativa e, por conseguinte, passa a configurar uma receita tributável a partir do momento em que a decisão judicial se torna oficial. Esse entendimento altera práticas anteriores e, por isso, exige atenção das empresas quanto ao correto reconhecimento contábil da receita.
Por que isso importa?
- Evita autuações:
O reconhecimento no momento da homologação evita interpretações divergentes, reduz riscos de autuação e proporciona mais segurança jurídica às empresas em recuperação. - Impacto financeiro imediato:
A antecipação da tributação pode comprometer o fluxo de caixa. Isso exige atenção redobrada na contabilidade e no planejamento tributário da organização. - Lucro real:
Empresas que apuram tributos pelo regime do lucro real devem revisar seus controles. Afinal, a nova regra interfere diretamente no cálculo e pagamento de tributos.
O que sua empresa deve fazer?
- Revisar planos em andamento:
A contabilidade deve estar alinhada com a interpretação da Receita. Caso contrário, a empresa corre risco de autuação e formação de passivos tributários. - Atuar preventivamente:
A conformidade com a regra reduz riscos legais e fortalece a reestruturação. Agir com antecedência é estratégico para garantir a continuidade do negócio. - Buscar apoio especializado:
Contar com assessoria jurídica e contábil nesse momento é essencial. Assim, sua empresa evita surpresas e assegura um processo de recuperação mais sólido.
A Melo Advogados Associados acompanha de perto as atualizações na área tributária e está à disposição para orientar sua empresa nesse e em outros temas estratégicos.